Crítica: Harry Potter e a Pedra Filosofal 20 anos depois

Será que a primeira aventura de Harry Potter ainda encanta duas décadas após o lançamento?

Harry Potter e a Pedra Filosofal

20 anos se passaram desde o primeiro episódio da série Harry Potter. Motivado pela data, decidi rever e escrever uma crítica de Harry Potter e a Pedra Filosofal, com o olhar de duas décadas depois. Vamos lá?

Crítica: Harry Potter e a Pedra Filosofal

O ano era 2001, um ano conturbado, marcado pelos ataques de 11 de setembro. Nos cinemas, uma clássica franquia de livros de fantasia estreava o primeiro episódio de sua saga. Não estamos falando de Harry Potter, mas de Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel, uma super produção com uma legião de fãs em todo o mundo.

E é nesse contexto que a Warner Bros lançou, em novembro de 2021, Harry Potter e a Pedra Filosofal. Também primeiro episódio de uma também série de fantasia, mas com investimento e escopo menores. Afinal, Harry Potter já era sim um fenômeno literário, mas muito mais recente e voltado ao universo infantil.

Para a adaptação aos cinemas, Chris Columbus, um diretor reconhecido por dialogar com o público jovem tendo como bagagem a franquia Esqueceram de Mim. E o tom de Chris é o ponto de partida para a nossa crítica de Harry Potter e a Pedra Filosofal, 20 anos após o lançamento que você que confere a seguir.

O desafio de dar o primeiro passo com Pedra Filosofal

Foto: Warner Bros. / Reprodução

Quando comparado aos seus sucessores, Harry Potter e a Pedra Filosofal envelhece como leite. Quatro diretores passaram pelos sete filmes da franquia Harry Potter, cada um dando seu tom e tornando a série mais madura, adulta e sombria. Mas essa comparação não é justa, principalmente quando nos damos conta do contexto e, sobretudo, do desafio que Chris Columbus teve nas mãos.

Primeiramente, o contexto. A Warner Bros. já tinha um filme de fantasia para lançar para o inverno (verão brasileiro) de 2001. Senhor dos Anéis cumpriria o papel de blockbuster voltado ao público adulto. Cabia a Harry Potter preencher outra lacuna importante para a empresa no período: as crianças.

Logo em seguida, entra o desafio de dar o pontapé inicial no que poderia vir a ser uma franquia de sucesso. Criar Hogwarts pela primeira vez, dar rosto aos personagens, imaginar o que seria uma partida de Quadribol

Mas isso ele tira de letra. Com abordagem conservadora, que busca replicar da forma mais literal possível os roteiros e ambientações, Chris entrega uma Hogwarts que ao mesmo tempo é mágica e familiar.

Ainda que muito mais plana, polida e segura do que na visão de seus sucessores, a escola de magia com suas 142 escadas que se movem, seus quadros que se mexem e seu saguão com um teto que simula um céu, é de encher os olhos.

Um roteiro conservador, um elenco arrojado

É verdade que o roteiro de Steve Kloves não é tão criativo ou original, mas era exatamente o que os fãs esperavam para um primeiro capítulo. Alguns mais exigentes como eu, na época, até sentiram falta do último desafio para chegar à pedra filosofal que há nos livros. Mas hoje entendo que ele estaria totalmente fora de ritmo na produção, mostrando que Kloves acertou em seus poucos cortes.

Harry Potter na seleção para as casas de Hogwarts
Foto: Warner Bros. / Reprodução.

O filme brilha em apresentar os personagens e suas tramas de forma desenvolta e balanceada. O trio principal, formado por rostos novos (Daniel Radcliffe, Emma Watson e Ruppert Grint), mesmo sem experiência retrata bem os personagens. E ainda hoje diálogos marcantes deles são repetidos à exaustão, como “é Leviôsa, não leviosá”.

Dando mais peso ao elenco, Chris Columbus escalou atores experientes para papéis chave. Robbie Coltrane e Alan Rickman criam, respectivamente, um Hagrid e um Snape “definitivos”, ou seja, impossíveis de se imaginar feitos por outros atores. Richard Harris como Dumbledore também faz um grande papel, e nos apaixona logo na primeira cena.

Efeitos especiais 20 anos depois

A sensação de “datado” existe, sim, é inegável. Utilizando de diversos efeitos práticos e especiais, o longa foi bem sucedido em criar cenários e universos inteiros em computação gráfica, mas não consegue evitar os desgastes do tempo.

O cachorro de três cabeças Fofo funciona até melhor do que eu esperava encontrar tantos anos depois, não fica aquela sensação incomoda de assistir. Mas algumas cenas como a petrificação de Neville, por outro lado, são motivo para gargalhadas.

Harry Potter e Olívio Wood
Foto: Warner Bros. / Reprodução

Os maiores pecados nesse longa residem na caracterização de Voldemort na cabeça do Prof. Quirrell, que dessa vez não deveria ser motivo para rir, e em problemas de direção que o longa já apresentava na época. Por exemplo, quando Wood apresenta a Harry pela primeira vez o pomo de ouro, inserido digitalmente, e cada um olha para uma direção completamente oposta.

Veredito final: Harry Potter e a Pedra Filosofal

Aliando seu repertório infanto-juvenil com o briefing, o que Chris entrega é um filme colorido de um universo de fantasia acessível a toda a família. Está longe de ser o melhor filme, roteiro, efeitos ou qualquer coisa na saga Potter, mas cumpre muito bem o papel de iniciar a série.

Mesmo após 20 anos, é uma produção gostosa de assistir. Tem um ritmo bem cadenciado, falas marcantes, efeitos interessantes e trama amarradinha. Para as crianças, continua até hoje sendo um filme atrativo para ingressar no mundo bruxo.

Nota geral: 3,5/5




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